Dias 1 a 5


1o dia – 31/03/2012
Curitiba (PR) – Puerto Iguaçú (AR): 654 km

Após despedir-me de minha mulher as 8:00 em ponto saí de Curitiba com temperatura de 16 oC. Como em todas as viagens os primeiros quilômetros são tensos (pelo menos para mim), pois são meses de preparação e muitos desafios a serem enfrentados, desde longas distâncias, locais e estradas desconhecidos e culturas diferentes. É claro que estes ingredientes acrescidos de belas paisagens a serem visitados é que me motivam a viajar.

Nesta primeira etapa da viagem circulei por uma estrada já conhecida, a BR-277 que corta todo o Paraná de leste a oeste. Ela é pedagiada e motos pagam, e por sinal pagam muito. Arrisco a dizer que é o pedágio mais caro do Brasil e pior que os R$30, 70 desembolsados são as inúmeras paradas – é de perder a paciência. Quando estou de carro não percebo, pois tenho instalado o Sem Parar, que por sinal já tentei instalar na moto, mas a empresa diz que não é possível. De todo o percurso percorrido somente os primeiros 60 e os últimos 80 quilômetros são duplicados, o restante é pista simples. A pista é um tapete e existem várias terceiras faixas que permitem ultrapassagens sem maiores problemas.

Além das paradas do pedágio parei mais três vezes, uma em Prudentópolis para abastecer e lubrificar a corrente, outra em Guaraniaçu para abastecer a moto e eu (comi pão com bife) e a última em Foz do Iguaçu onde além de abastecer liguei pela última vez do meu celular para a minha mulher. Deixei o telefone ligado o tempo inteiro e habilitado para uso no exterior, mas como as tarifas são muito caras não o utilizei nenhuma vez.

Rapidamente a migração / aduana brasileira e argentina foram feitas e as 17:10 estava instalado no Hostel Inn já na saída de Puerto Iguazu.

Coloquei uma bermuda e um chinelo e fui dar uma geral na corrente da XT pois alguns elos estavam travados. Apliquei desingripante, embora não seja recomendado. Além disso abri a tampa do pinhão para limpá-lo, pois estava com muita graxa e varias vedações da corrente presas nela. Apesar da minha certeza de que ela aguentaria uns 4000 quilômetros como citei anteriormente, confesso que fiquei preocupado.

Terminado a geral na moto minutos depois eu estava tomando um belo banho de piscina, pois a temperatura estava 34,5oC.

No quarto do albergue estavam um mato-grossense e outros dois “moradores” que não cheguei a conhecer, pois as 21:00 já estava dormindo e eles ainda não haviam chego e na manhã seguinte sai antes deles acordarem.




2o dia – 01/04/2012
Puerto Iguaçú (AR) – Pampa Del Infierno (AR): 904 km

Como fui dormir cedo acordei as 6:00 antes mesmo do despertador tocar. Arrumei-me, coloquei as coisas na moto e fui para a recepção fazer o check out. Após uma confusão do pessoal do hostel, na qual eles afirmaram que eu havia pago no ato do check in o calção de 50 pesos e o valor da diária de 80 pesos. Na realidade só havia pago o calção. Insisti e disseram que não pois estava anotado no sistema como pago e devolveram-me os 50 pesos do calção. Resumindo a minha hospedagem foi gratuita.

Em função desta confusão sai as 6:50 com céu azul e temperatura de 14,5 oC.

A ruta 12 é pedagiada (moto não paga) e é perfeita. Nos primeiros 200 km o terreno é mais acidentado e a estrada tem “tercera troucha” em vários pontos. A paisagem é muito bonita com muitas florestas e rios, mas infelizmente em alguns trechos a mata nativa foi substituída por reflorestamentos.

Nos dois primeiros abastecimentos não tive problemas, entretanto em Ita Ibate o primeiro posto, a beira da estrada, não tinha gasolina. Fui ao outro posto da cidade, no centro, e lá não tive problemas. Após abastecer e almoçar (lanchar) fui a beira do rio Paraná para tirar fotos e curtir a paisagem. A temperatura a sombra estava 41,9 graus.

Pelas minhas pesquisas este era o dia de maior risco de ter problemas com a policia por ser considerada muito corrupta. E a todo o momento eu ficava apreensivo, pois ela estava por todos os lados. A cada 50 ou 100 quilômetros havia uma viatura a beira da estrada, mas felizmente nenhuma me parou.

Em uma parada que fiz para beber água encontrei um casal de Chapecó que voltava de San Pedro de Atacama em uma Transalp. Conversamos rapidamente e me deram a dica para em Corrientes usar a Coletora (o que chamamos de marginais aqui no Brasil) para não ter problema com os guardas.

Quando parei em um posto já próximo de Corrientes encontrei dois motociclistas de Santo Andre, um deles de GS e outro de Gold Wing. Eles estavam preocupados pois o grupo era composto por 8 motociclistas, porém se perderam e só estavam somente os dois.

Em Corrientes segui as dicas e fui pela coletora até a beira do rio para tirar fotos do rio e da ponte. Enquanto tirava fotos os motociclistas (Francisco e o outro que infelizmente não recordo o nome) de Santo Andre chegaram. Conversamos um pouco e como estavam sem GPS fui com eles até o hotel que haviam programado de dormir, na esperança dos colegas de viagem já estarem lá.

De volta ao meu caminho entrei na via principal (esqueci de seguir a dica do casal catarinense) e dito e feito, os guardas me pararam. Segundo eles eu estava descumprindo uma regra de transito, a qual diz que motos não podem circular nas vias principais, somente nas coletoras. Segundo eles a multa para esta infração é de 1200 pesos. Argumentei que não tinha este valor, pois estava viajando usando tarjetas (cartões) de crédito e débito. Na negociação dei tudo que eu tinha na carteira, ou seja, o equivalente a 140 reais de propina (100 pesos, 20 dolares e 50 reais). Felizmente sempre ando com pouco dinheiro a vista, sempre deixo-o distribuído em vários lugares: o suficiente para meio dia de viagem na carteira, para o outro meio-dia na própria carteira devidamente escondido, um tanto junto aos documentos (passaporte, carteira de motorista internacional, carteira de vacinação, etc) e o restante no alforje.

Depois deste perrengue atravessei a ponte para Resistência e rumei em direção Roque Saenz Pena onde pretendia pernoitar. Mas como o ritmo estava bom e ainda era cedo parei em Pampa Del Infierno, 83 quilômetros a frente. Este trecho a estrada não tem buracos, entretanto está bem irregular. Fora a propina e o calor sufocante a viagem foi tranquila.

Hospedei-me no Hotel Bioceanico, na avenida principal bem na entrada da cidade. Muito bom, com “cochera”, ducha de primeira e ar condicionado.

Jantei no restaurante ao lado do hotel onde optei por um prato que veio muito bem servido a um custo de 38 pesos - costela de cerdo (porco) com batatas fritas. Enquanto esperava o prato assistia, de cabelos em pé, o transitar frenético de motos e motonetas com 1, 2, 3, 4 e até 5 ocupantes, sendo que alguns até com crianças de colo. Todos, ou quase todos, de chinelos e sem capacetes.



3o dia – 02/04/2012
Pampa Del Infierno (AR) – Salta (AR): 587 km

Acordei as 6:00 e as 6:28 estava saindo do hotel conforme programado. Como durante a noite choveu muito a estrada estava molhada, mas não atrapalhou, só serviu para melecar moto e a minha calça.

A RN16 de Pampa Del Infierno em diante não é boa, é uma reta só, com muita irregularidade, trechos com buracos, sem sinalização e muitos animais soltos. Graças a Deus passei quase ileso, digo quase porque atropelei um passarinho que fez um belo estrago na bolha. Fixei o que sobrou com vários extensores de forma que ficou relativamente firme e na posição original, cumprindo bem a função de proteção aerodinâmica até o fim da viagem.

Neste dia a temperatura ficou bem agradável, entre os 23 e 25 graus com o céu parcialmente nublado, que em minha opinião são as melhores condições para viajar de moto.

No entroncamento com a RN9 virei a direita na direção norte. Esta ruta é toda “troucharizada” e já começa a pegar algum relevo irregular, são poucas subidas / descidas e curvas, mas perto da RN16 já é muito.

Cheguei a Salta as 13:30 e fui a caça de um hotel. Infelizmente os hotéis que pesquisei estavam mais caros do que eu imaginava e resolvi procurar algo mais em conta. Quase uma hora depois desisti e acabei ficando em um dos que estavam na minha lista, o Hotel Continental.

Fiz um city tour rápido a pé pelo centrinho, pois já havia percorrido praticamente toda a cidade de moto em busca de um hotel e depois subi o Cerro San Bernardo por meio de um teleférico. O passeio é muito legal e no meu ponto de vista é parada obrigatória para todo turista que vai a Salta.

Ao retornar ao hotel encontrei um casal do Rio de Janeiro em uma XT660Z Teneré. Conversamos um pouco e descobri que também foram extorquidos pelos guardas de Corrientes. Pagaram o equivalente a 600 pesos.

A corrente continua apresentando problemas e neste dia o meu estômago não estava lá essas coisas. Somando os dois fiquei na dúvida se seguia viagem ou dava um tempo em Salta ficando mais um dia para melhorar do mal estar e levar a moto a uma oficina para trocar a transmissão. No cair da noite já estava melhor e fui fazer uma avaliação mais criteriosa da corrente. Cheguei a conclusão que ela aguentaria conforme eu havia estimado ainda em Curitiba. Sendo assim arrumei as malas e deixei tudo pronto para seguir viagem no dia seguinte.








4o dia – 03/04/2012
Salta (AR) – SPA (CH): 603 km

Choveu a noite inteira e quando sai as 6:45 o asfalto ainda estava molhado, por isso coloquei todos os apetrechos para chuva (como já relatei em outras viagens no blog, mesmo com a roupa de cordura sendo a prova d’água, quando vejo que a chuva será mais intensa coloco capas plásticas da marca Alba sobre a roupa de cordura).

Assim que acessei a estrada a chuva voltou. O trecho de General Guedes estava bem movimentado e com chuva muito intensa, inclusive vários trechos da estrada estavam alagados o que deixava o transito mais complicado ainda.

Parei para abastecer em San Salvador de Jujuy e fiquei impressionado com o tamanho da cidade, pelo menos pelo que vi no anel viário que contorna a cidade ela é grande. Tomei café da manhã no posto e revisei / lubrifiquei a corrente, principalmente por ela ter sido “lavada” pela chuva e alagamentos.

Ao sair do posto a chuva já havia parado, a estrada ficou bem mais vazia e começa a subir. Infelizmente o tempo ainda estava muito fechado com uma cerração densa que impossibilitava ver ao longe. Por esse motivo parei uma única vez para tirar foto do rio que acompanha a estrada.

A próxima parada foi na placa logo na chegada a Purmamarca. Dela já é possível ver o Cerro de las Siete Cores, muito bonito. Neste ponto tirei diversas fotos e tirei as capas de chuva. Não fiquei ali por muito tempo pois ouvi um guia de uma van dizer que a frente existe um outro ponto a beira da estrada com um visual melhor. Realmente, o outro ponto de parada é melhor. Ali fiquei por uns 30 minutos tirando fotos e curtindo o lugar. Antes de retomar a estrada resolvi dar uma volta por dentro da cidade de Purmamarca, vale a pena, é bem pitoresca.

Deste trecho em diante da viagem perdi a conta de quantas vezes parei, mas posso afirmar que foram mais de 50 - é tudo muito bonito e gigantesco. Quando cheguei próximo a Cuesta do Lipan comecei a seguir uma van de turismo e onde ela parava em também parava, assim não perdi nenhum ponto importante. Obviamente fiz paradas a mais por conta, onde tirava fotos curtia o lugar e logo em seguida alcançava a van. Assim foi até o ponto mais alto do lado argentino. Outra vantagem desta tática é que sempre tinha alguém para tirar fotos minhas (levei dois tripés, mas dá muito trabalho...). Neste trecho a temperatura deu uma baixada, mas nada que alarmasse, chegou a 9oC

A partir deste ponto abandonei a van e segui viagem por “conta própria”, parando algumas vezes para tirar fotos das Salinas Grandes ao longe e depois nela, inclusive de moto nela lá no meio, longe do número grande de turistas parados. É muito legal a experiência e ao mesmo tempo tensa pilotar sobre o sal. Não há risco algum, pois é muito plano e firme, mas por algum motivo que não sei explicar fiquei apreensivo. Tirei várias fotos lá no meio e fiz um lanchezinho.

Retornei a estrada e deste ponto em diante ela começa a ficar mais vazia e confesso que em alguns momentos dava um medinho, pois a imensidão é gigantesca e o isolamento também. Em alguns momentos chegava a andar mais de 30 km sem subir ou descer mais que 5 metros e em linha reta sem cruzar com nenhum carro. O visual é lindo.

Parei em Susques para abastecer a moto e eu e revisei a corrente (de novo). Comi parte da minha reserva, pois o posto é só uma bomba. Quando cheguei a bomba um cara de moto estava saindo do posto e fez sinal que já voltava. Como não tinha mais ninguém esperei por 15 minutos até que ele retornasse, afinal o próximo posto só no Paso de Jama 113 quilômetros a frente.

Rodei mais 120 km por lindas paisagens e parei no posto (novíssimo) junto a aduana. Lanchei, novamente, e abasteci a moto. A temperatura despencou para 4 graus e o burro achou que estava bem vestido e não colocou mais roupas.

Fiz a aduana argentina, rapidíssimo e segui para o Chile subindo, subindo, subindo até 4800 msnm e uns quebrados. Depois disso rodei quase 100 quilômetros variando entre 4600 msnm e 4800 msnm, até que finalmente parei para colocar mais roupa, burro de novo por ter demorado. Passei frio a toa pois tinha roupa de sobra. A paisagem cada vez mais bonita agora com muitos picos nevados.

Faltando 55 quilômetros para San Pedro de Atacama começa a descida que também é muito linda e requer muita atenção, pois há algumas retas e na sequencia curvas bem fechadas. Além disso os caminhões fazem este trecho muito devagar e corre o risco de na saída de uma curva você encher a traseira de um caminhão se estiver muito rápido – portanto desça devagar e curta a paisagem. Eu não fiquei vigiando, mas acho que não passei dos 70 km/h.

Não tive maiores problemas com a altitude, só um pouco de dor de cabeça após os 4500 msnm, mas suportável. Já a qualquer movimento mais rápido faz o coração disparar, inclusive subir na moto!

Ao chegar na placa de recepção da cidade parei para tirar foto e um ônibus de turismo me passou e chegou a aduana na minha frente, por conta disso fiquei 1 hora para fazer todos os trâmites burocráticos. Tirando este tempo perdido levei exatas 12 horas para fazer o trajeto do dia, não por problemas com a estrada, mas sim pelo número de paradas que fiz para curtir a paisagem e tirar fotos.

O hotel que estava em primeiro lugar na minha lista ninguém sabia informar como chegar e o GPS não achava a rua, embora a cidade seja minúscula. Sendo assim resolvi dar uma volta pelo vilarejo para ver se encontrava e passei em frente ao hostel Corvatsch que também estava na minha lista. Foi nele que fiquei – muito bom, apesar de ter banheiro coletivo.

Após um bom banho sai a pé para conhecer melhor o vilarejo, ligar para casa, fazer uma pesquisa nos preços dos passeios e jantar. Após esta “pernada” o vilarejo começou a mostrar o seu charme e encanto. Não sei explicar, mas apesar da cidade ser muito feia acho que não tem quem não goste dela – eu me encantei.

Para jantar resolvi segui a indicação da Lorena (recepcionista do hostel) e comi arroz com bife em uma portinha na mesma rua do hotel. Não sei descrever a “portinha”, por isso pergunte a recepcionista. Extremamente simples, mas muito bom.

Quanto aos passeios, os preços são todos muito parecidos e optei fazê-los com a Corvatsch Turismo, o mesmo do hostel.










5o dia – 04/04/2012
SPA (CH)

Neste dia fugi da rotina, pois acordei as 3:40 da manhã para conhecer os Geiseres Del Tatio.  Digo que sai da rotina, não pelo horário, mas sim por não arrumar as malas e ligar a moto.

Pontualmente as 4:00 a van saiu da pousada com 18 turistas (chilenos, alemães, belgas, australianos e dinamarqueses compunham a torre de babel). Os geiseres estão em atividade durante todo o dia, mas o ápice do fenômeno acontece das 6:00 as 7:00 da manhã e como eles ficam a 80 quilômetros de San Pedro de Atacama é necessário madrugar.

A estrada até lá é de terra e está em bom estado com sinalização em todos os entroncamentos, portanto para aqueles que quiserem aventurar de moto (assim como fizeram o Vantuir e o Bonotto) não há maiores problemas, exceto por ser de noite a uma altitude de 4200 msnm e temperatura de -4oC, que segundo o guia é um caso raro, pois normalmente beira os -10 oC.

As 5:40 chegamos e o guia Patrício (muito bom) saiu com o grupo e fez várias paradas próximos aos gêiseres para explicar o fenômeno. As 6:10 estávamos na van novamente onde o motorista nos aguardava com um café da manhã composto de café, chá de coca, pão com manteiga e queijo, alfajor e ovo cozido. O ovo cozido foi feito em fogareiro, mas até a pouco tempo atrás era cozido nos próprios gêiseres, mas hoje esta prática está proibida por questões ecológicas e de segurança. Fiz o lanche e voltei a passear pelos gêiseres (agora sozinho) apreciando aquele espetáculo único, não somente pelos gêiseres, mas também pelo nascer do sol por entre os picos nevados.

De van fomos ao maior gêiser de todos que fica no máximo a 2 quilômetros de onde estávamos. Apesar do tamanho ele não tem tanta pressão, a água “só” fica borbulhando num poço a 80oC. Próximo a ele há uma piscina de pedras na qual a água está a 38oC e vários turistas tomam banho. Não quis arriscar pegar uma gripe e por isso não encarei, afinal a diferença de temperatura entre a água e fora dela passava de 40oC mesmo com o sol amostra.

As 9:00 saímos em direção ao vilarejo Machuca, que por sinal é uma parada que eu dispensaria do roteiro. No caminho paramos no rio Putana num cenário encantador. O rio tem águas cristalinas, e ao fundo é possível ver 3 vulcões (Putana, Colorado e outro que não recordo o nome). Ah, a região possui 180 vulcões, sendo que quase todos estão ativos e o mais majestoso de todos é o Licancabur.

Fizemos mais uma parada para ver alguns cactos gigantes e uma vista geral do Salar Atacama. Depois disso a van retornou a San Pedro de Atacama chegando as 12:30.

Não retornei a pousada, fui direto a procura de um lugar para almoçar e após olhar o cardápio de uns 5 restaurantes optei em voltar no mesmo que havia jantado na noite anterior. Para selar a minha criatividade repeti o prato! O próximo passeio que havia programado sairia somente as 16:00 e aproveitei o tempo para bater perna pela cidade.

Mas uma vez, provando que a minha escolha foi certeira, o micro-ônibus saiu pontualmente para o passeio a Laguna Cejar. O guia Eduardo, muito parecido com o Raul Seixas, também era muito bom. Neste tour estavam um casal de mineiros, alguns peruanos e um chileno. Assim que chegamos fui direto para a laguna onde é impossível afundar - é uma sensação indescritível. Isso acontece pois a concentração de sal é muito alta.

Ao sair o guia te lava com água doce usando um pulverizador (igual aqueles que aplicam veneno) e mesmo assim a pele parece que vai rachar. Ao retornar ao ônibus uma mesa estava montada para o lanche da tarde. Foi servido; batatas fritas, azeitonas, biscoitos, queijo, coca-cola e pisco.

Outra atração deste local é o visual das lagunas e do vulcão Licancabur refletido nelas. Recomendo o passeio, mesmo para aqueles que não se animaram em banhar-se na laguna, só a paisagem vale o passeio. Finalizado o passeio retornamos para SPA onde chegamos as 19:10.
Como estava sem fome para jantar, optei em comprar algumas guloseimas e fiz um lanche na pousada mesmo. Fui dormir super cedo, afinal estava acordado desde as 3:40 da manhã.